Sempre dispostos a dar a razão da vossa
esperança a todo aquele que vo-la peça.
(1Ped
3, 15)
A religião não é uma das virtudes teologais,
cujo objectivo é o fim último:
é virtude uma moral,
e o seu âmbito específico é o modo
de ser daquilo que nela é orientado.
(Tomás
de Aquino, Sth II-II, 81, 5)
Depois da passagem da
“via dolorosa” do Calvário e do doloroso silêncio de Sábado Santo, o raio da
manhã do Domingo da Ressurreição traz a feliz notícia: “Ele está vivo”. Todos nós
somos convidados a percorrer as estradas do mundo para anunciar como Maria
Madalena: “Vi o Senhor”. Esta “luz pascal” deve ser anunciada a toda
criatura, para que todos acreditassem que Ele está vivo no meio
de nós. Este é o sentido verdadeiro da Páscoa e a missão que igreja deve
assumir na transmissão da fé.
Infelizmente, a igreja
diocesana timorense, mormente a Paróquia de Balide, tem criado certo “desentendimento ou falta de diálogo” com a igreja mãe, a Diocese. Não observei esta
situação in loco, mas acredito que as
informações que correm o mundo são verídicas, apesar de os argumentos utilizados,
às vezes, parecem “pseudo enunciados” o que provoca um certo mal estar dentro da esfera eclesial timorense.
Como um estudante que
está fora de país há alguns anos, tenho uma certa saudade e curiosidade por
Timor. Para colmatar esta saudade, no meu tempo livre, leio alguns blogues,
como por exemplo: Timor hau nia doben;
Timor Lorosae Nação e Forum haksesuk,
que actualizam diariamente os breaking
news de Timor.
Num périplo recente, deparei-me
com uma notícia intitulada: «Sarani Sira Tuda Rahun Vidru Edifisiu UK Sao Paulo II "Pe. Apolinario Husu Sarani Kalma"[1]», que fiz questão de partilhar com
os meus amigos no meu mural do Facebook através da seguinte mensagem:
«Oinsa atu bele forma padre nebe diak hodi serbi ba
igreja no povo, karik baku rahun moru deit, sarani rasik mak tuda rahun vidru
universidade católica nebe foin hari? Saida tan moru paroquia nian! Doutrina
igreja nian “nunca” hanorin sarani sai ema violencia nain, maibe hanorin ema
atu sai dame nain…louvo bispo nain hira tan bele iha coragem atu bele harii
Universidade Católica, parabéns!».
Ora, infelizmente face a
esta postagem, surgiu uma reacção inesperada e sem fundamento lógico:
«Hau la temi Igreja, hau prefere liu uja lia
fuan Maromak nian ne'ebe hakerek iha livru antigu testamentu tuan no foun nunka
hanorin ema atu halo violensia hasoru nia maluk rasik, animal no sasan hotu,
maibe hau atu hatete ba ita bo'ot katak, Igreja
nia sistema mak eduka ema atu halo violensia. Maromak nia lia fuan nunka
hanorin ema atu halo violensia, maibe
ida ne'ebe implementa Maromak nia lia fuan liu husi padres-madres iha igreja
dalaruma lori sarani sira atu halo violensia. Ba iha kazu ida ne'e, la'os
sarani mak halo violensia, maibe Igreja
ho diocese mak hadau malu na'an ruin. Ho sira nia hadau malu na'an ruin
ne'e mak provoka involve sarani sira[2]».
Assim sendo, partindo deste
excerto, procurarei responder directamente às questões colocadas, baseando-me nesta
tríplice dimensão:
I. Igreja nia sistema mak eduka ema halo violência: “o sistema da igreja que educa as
pessoas a praticarem a violência”.
Argumentou B. Sesboué que o cristianismo é solidário com a
história da humanidade e inscreve o seu anúncio, não num tempo mítico, mas no
tempo comum da existência humana. A essência do cristianismo não é a religião do
“livro” ou de um “sistema”, mas uma relação pessoal com Cristo: «é a “religião
da Palavra de Deus”, não de “uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado
e vivo”[3]». O Concílio Vaticano II faz o aggiornamento dentro da igreja, ao pôr na ordem do dia
uma actualização fundamental em duas vertentes, uma ad intra, a própria realidade e consciência da igreja, e uma ad extra, a sua relação com a sociedade e o
mundo. Naturalmente, para além dos valores inestimáveis que a igreja de Cristo
ostenta, tornou-se uma praxis concretamente no serviço do Reino de Deus para o bem comum da
humanidade. Por isso, é designada como “portadora de esperança” no meio
do povo.
Não é difícil de
observar, a propósito do sentido a atribuir a esta asserção, que Raimundo Oki
não compreende o que é a natureza da igreja, a começar pela linguagem utilizada:
«Não menciono a igreja…eu prefiro
utilizar as palavras de Deus que estão escritas no Antigo e Novo Testamento que
não ensinam as pessoas a praticarem a violência». Contudo, ao formular a
frase: «o sistema da igreja que ensina as
pessoas a praticarem a violência», não percebe que ela pode inscrever-se
nos já referidos “pseudo enunciados”.
O que se entende por violência? A palavra violência vem do latim “violentia”, que por sua vez deriva de “vis” que quer dizer “força”. Pois, a violência consiste no uso da
força, mas apenas da força física que se opõe a algo ou alguém[4].
Existem, assim, vários níveis de
violência física: intimidação, ameaça, injúrias, matança, etc. Estes significados
não fazem parte do vocábulo da igreja. A consciência da igreja há-de andar unida com uma abertura universal, a
fim de que todos possam nela encontrar «as imperscrutáveis riquezas de Cristo[5]». Ora, o
cristianismo (i. é, a igreja cristã) é uma fé histórica que se
refere não apenas a palavras escutadas, mas também a acções, gestos e
acontecimentos. A Gaudium et Spes
constitui “carta magna” da missão da igreja, salienta a esse respeito que «As
alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos
pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças,
as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo» (GS 1). A missão da Igreja Católica é portanto cuidar do homem todo e de todos os
homens, como disse Paulo VI. Dada a sua natureza,
a Doutrina Social da Igreja ensina que «igreja
partícipe das alegrias e esperanças, das angústias
e das tristezas dos homens, é solidária com todo homem e a toda a mulher, de todo lugar e de todo tempo…[6]». Por isso, a igreja não
só fala, mas testemunha a sua fé. O testemunho fundamental é, não esqueçamos, “para
que o mundo creia”, ou seja, é vocacionada para a comunhão eclesial que recebe
o nome bíblico de koinonia. O direito
e dever primeiro da igreja é porque «com a sua doutrina social a Igreja se
propõe assistir o homem no caminho da salvação[7]». Assim, ela conduz o homem a uma vida plena e abundante em
Jesus Cristo.
Independentemente dos
seus motivos, as duras críticas lançadas contra igreja são sempre bem-vindas, mas
há que salientar a sua premência e desempenho na actualidade, em prol da
dignidade da vida humana. Os princípios fundamentais da igreja «constituem os verdadeiros e próprios gonzos do ensinamento
social católico: trata-se do princípio da dignidade da pessoa humana no qual todos os demais princípios ou conteúdos da doutrina
social da Igreja têm fundamento, do bem
comum, da subsidiariedade e da solidariedade[8]
e marca profundamente
o modus vivendi da igreja.
A igreja não pode nunca
comparar-se ao partido CNRT ou à Fretilin, que adoptam um “sistema”, que pode ser democrático
ou socialista, por exemplo, mas a igreja de Cristo é –
segundo a fórmula do Credo – Una, Santa, Católica e Apostólica. Não tem um “sistema”, mas uma “hierarquia” - Papa, Bispos, Padres e
leigos - que é referida no capítulo terceiro
da Constituição Lumen Gentium. Este
documento define a igreja como “Povo de
Deus”, seguindo a fórmula presente no Novo Testamento, utilizada 2.000 vezes nos LXX, laos theou, para qualificar o povo de Israel[9]. A igreja
constitui o Reino enquanto manifestação terrena do povo peregrinante, “homo viator”, que anseia pela salvação da alma depois desta vida.
A história de Timor está marcada pela profunda presença constante da igreja
na vida activa, «tal presença
é da máxima importância na fase de arranque da vida nacional de Timor Leste,
que muito espera na competência de experiência da igreja, nomeadamente através
das suas instituições escolares, para uma adequada preparação dos futuros
animadores e dirigentes sócio-económicos e políticos do País[10]». No entanto, na génese doutrinal, a igreja com a sua
missão evangelizadora é, portanto, educadora. É “Mãe e Mestra” por natureza, na linguagem de João XXIII. Por conseguinte, nunca
ensinou ou ensina, nem ensinará os seus fiéis a praticarem tais violências.
A igreja – disse João Paulo II – tem
ensinado o dever de agir pelo bem comum; e, procedendo assim, também educou
bons cidadãos, para cada um dos Estados. Além disso, ela sempre ensinou que o
dever fundamental do poder é a solicitude pelo bem comum da sociedade; daqui
dimanam os seus direitos fundamentais[11]. Nesta
distinção enriquecedora, compreende-se de que modo a igreja se torna «coluna e
suporte da verdade», capaz, sem desfalecer, de «guardar o depósito das sãs
palavras recebidas» dos apóstolos para anunciar e explicar sem erro[12]. Assim, a visibilidade da igreja diocesana timorense tem a
ver com qualidades imateriais que exprimem a koinonia eclesial: um só coração e uma só alma,
traduzindo assim o sentido profundo do testemunho como “defensora” do povo.
Situemo-nos no âmbito da
história do povo de Timor. Aqui a igreja dá um testemunho lucidez e
extraordinário ao longo dos tempos, ao lado do povo. A sua obrigação fundamental baseia-se nesta lógica
clássica: «o bem deve fazer-se» e «o mal deve evitar-se». Assim, a tradição cristã
sempre ensina as «virtudes teologais» e as «virtudes cardeais», derivadas da
experiência humana e da sã tradição ética da humanidade. É um princípio
fundamental e abstracto que comanda a vida eclesial. Portanto, se a igreja não
tivesse sido a protectora do povo, hoje em dia não teríamos uma pátria livre e
independente. Se a igreja não gritasse em defesa do povo[13]:
«Vox populi vox Dei», neste momento estaríamos
ainda submetidos ao poder dos ditadores. Se a igreja não acolhesse os
refugiados em plena crise de 2006, por causa da ganância do poder dos
políticos, muita gente já teria morrido. Foi neste
contexto constrangedor, instável e propenso à violência, que Deus permitiu o
florescimento da Sua igreja. Portanto, a igreja defendeu sempre, nos seus
mártires, uma semente de vida: « Sanguis
martyrum, semen christianorum». Esta
célebre «lei» enunciada por Tertuliano, sujeita à prova da história, sempre se
mostrou verdadeira. É o primeiro caminho que a igreja
deve percorrer no cumprimento da sua missão; é a primeira e fundamental via da igreja, traçada pelo próprio Cristo e que
imutavelmente conduz através do mistério da Encarnação e da Redenção[14].
Efectivamente, igreja
diocesana timorense assume uma grande tarefa, ao serviço e em prol da vida
humana. Aliás, a igreja é «perita em humanidade», na linguagem de Paulo VI. A
cerca desta atitude, no dia 5 de Setembro de 1999, João Paulo II, depois da
oração do Angelus, afirmou: «Notícias
preocupantes nestas horas chegam de Timor, onde se realizam os actos de
intimidação e de violência. Ao formular os votos que no território se instaure
um clima de serenidade e de concórdia, convido-vos a unir-vos a mim na oração
por estes nossos irmãos arduamente provocados. A Virgem Maria suscite nos
ânimos de todos sentimentos de verdadeira pacificação e de construtivo respeito
à vontade expressa nos dias passados pela população timorense[15]».
E logo no domingo seguinte, 12 de Setembro, durante o encontro da recitação do Angelus, o Papa voltaria a referir-se à
situação em Timor Leste: «o meu pensamento dirige-se de novo a Timor Leste,
onde uma violência brutal continua e se enfurece também contra a Igreja
Católica, desde há muito tempo artífice de diálogo e reconciliação (…) exprimo
mais uma vez a total reprovação pelos graves abusos dos direitos humanos
perpetrados naquele território, na vã tentativa de cancelar a vontade expressa
pelo população e as suas legítimas aspirações. Renovo o apelo a fim de que os
responsáveis políticos e militares, bem como a Comunidade internacional escutem
o brado dos débeis e indefesos, e vão logo em seu socorro[16]».
Este Pastor universal não se cansou da causa de Timor, retomando na Audiência Geral das quartas-feiras, no
dia 29 de Setembro, retomo tragédia timorense: «De Timor Oriental continuam a
chegar nestes dias notícias trágicas de massacres perpetrados contra cidadãos
indefesos, cristão, sacerdotes, religiosos e religiosas que deram a própria
vida ao serviço de todos[17]».
À luz destes factos, o senso
comum mais elementar e espontâneo exige que a última meta da igreja seja sempre
a busca do bem comum dos seus fiéis. Todos nós estamos de acordo em que praticar
a justiça, respeitar a dignidade da pessoa, dizer a verdade e defender a vida
humana são tarefas e missões que a igreja desempenha todos os dias, na sua
peregrinação ao lado dos fracos e marginalizados, em solo de Timor Lorosae.
II. «…maibe
ida nebe implementa Maromak nia liafuan liu husi Padres-Madres iha Igreja
dalaruma lori sarani sira atu halo violência».
Que padres são estes que
ensinam os cristãos a praticarem a violência? O termo grego “presbíteros” significa “ancião”, mas o termo
utilizado (até em Tetum!) deriva de latim “pater”
neste sentido, padre representa todo aquele que é ordenado, num papel de
cooperação colegial com o bispo, chefe e responsável da Igreja local. Pedro,
depois da Ressurreição, recebe a missão de apascentar toda a igreja (Jo. 21,
16). Os outros “pastores” (Ef 4, 11) são encarregados de velar pelas igrejas.
Fiéis ao exemplo do Mestre, eles devem buscar a ovelha tresmalhada (Mt 18, 12)
e vigiar contra os lobos ferozes que não pouparão o rebanho, estes falsos
doutores que arrastam à «heresia»[18].
Na verdade,
os padres são servidores da palavra e mensageiros de Deus no meio dos homens.
Esta é a sua missão: «Pastores populi sui» (LG 23 e 24); «Orando pro populi»
(LG 26); «os presbíteros são chamados a servir o povo de Deus» (LG 28);
«pastorear o rebanho do Senhor» (LG 45). A ordenação presbiteral configura o
presbítero a Cristo e faz dele um colaborador estreito do Bispo, participante do
seu tríplice múnus (PO 4-6). Por
isso mesmo, o presbítero é um servidor da comunhão e o cumprimento desta tarefa
requer a sua constante ligação com Cristo e o seu zelo na caridade e nas obras
de misericórdia para com todos. Desta forma também, pode irradiar a santidade a
que são chamados todos os baptizados. Há-de ainda educar o povo de Deus para
construir a civilização do amor evangélico e da unidade; para tal, renovará e
fortificará a vida dos fiéis através duma sábia transmissão da Palavra de Deus,
da Tradição e da Doutrina da Igreja e pelos Sacramentos[19]. Por conseguinte, os Padres-Madres não são promotores
de violência, mas «portadores da Cruz “staurophóroi”,
tendo comprometido a tornar-se portadores do Espírito “pneumatophóroi”,
homens e mulheres autenticamente espirituais, capazes de em segredo fecundar a
história, com o louvor e a intercessão contínua, com os conselhos ascéticos e
as obras de caridade[20]».
Os
padres-madres não são extraterrestres, mas também não são anjos, mas homens de
carne e osso. Todos somos pecadores. O que nos distingue deles é que eles estão
numa constante busca de Deus “buscadores
de Deus”, através da oração e meditação. Trata-se de homens e mulheres que deixam tudo para
seguir Cristo e servi-Lo na pessoa dos mais pobres e necessitados. Recordemos que «a luta em prol do desenvolvimento humano
começa pelo serviço a favor da própria vida. A vida é o grande dom que Deus nos
confiou: Ele confiou-no-la como um projecto e uma responsabilidade. Os
religiosos e as religiosas participam plenamente na obra de evangelização da igreja,
reservando um lugar de predilecção às pessoas mais pobres e mais frágeis da
sociedade. Em nome da igreja, com eloquente testemunho de caridade que dão
através da oferta total de si a Deus e aos irmãos. A vida consagrada contribuiu
decididamente para a implantação e o desenvolvimento da igreja em Timor»[21].
Se, porventura, alguma vez, os padres e madres (religiosos/as)
educassem as pessoas para a violência, seria imperativo encerrar todos os
colégios como S. José, Soibada, Fatumaca, Paulo VI, Ainaro, para não os citar a
todos. Que ignorância! Especialmente quando o Ministro de Educação veio a público
dizer que as escolas católicas produzem bons alunos. Quantos deles são
governantes que receberam a formação nos colégios católicos, onde a maioria dos
formadores são padres e madres?
Ao
contrário do que pude ler, eles são impulsionadores da “civilização de amor”,
numa terra onde a violência não tem fim. São formadores de uma civilização
humana, que desde a juventude aprende a encarar a vida com dignidade e respeito
mútuo. Recordemos a exortação de João Paulo II sobre a missão dos religiosos e
religiosas que deram todo para o bem de Timor: «Para permitir aos fiéis, jovens
e adultos, uma descoberta cada vez mais clara da própria vocação e uma
disponibilidade de sempre maior para a viver no cumprimento da sua missão, é
necessário que eles possam beneficiar de uma catequese completa sobre as
verdades da fé e as suas implicações concretas na vida, capaz de os levar a encontrar
Jesus Cristo, dialogar com Ele, deixar-se abrasar pelo seu amor e inflamar-se
no desejo de O tornar conhecido e amado por todos. Esta formação, dada e
recebida na igreja, há-de gerar comunidades cristãs a sólidas e missionárias,
porque “um fogo só pode ser acesso por algo que já esteja incendiado[22]».
Esta é a ordem
testemunhal da fides eclesiae, que se
exprime para o bem de um povo, numa situação de pós-conflito: «Exortando todos
os seus filhos e filhas, segundo o nível da responsabilidade próprio de cada
um, a empenharem-se decididamente na edificação de uma sociedade cada vez mais
fraterna e solidária, cujos membros partilhem equitativamente a honra e o ónus
da nova nação. Deus derrame sobre todos o seu Espírito de amor e de paz. Que os
discípulos de Cristo se voltem para o Pai de toda a misericórdia, numa atitude
de conversão profunda e de oração intensa, para lhe pedirem a força e a coragem
de serem, com todos os homens de boa vontade, agente convictos de diálogo e
reconciliação[23]».
III. Igreja ho Diocese mak hadau malu
na’an ruin.
Talvez a melhor maneira
de encontrar uma saída desta situação consista na distinção clara entre os
termos Igreja e Diocese.
- Igreja
«A igreja não
é uma ONG» disse o Papa Francisco, na homilia de encerramento
do Conclave. A igreja, uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de
que a igreja é uma organização ou instituição. Este, porém, não é o conceito
bíblico. No mundo grego, o termo Ekklesia,
do qual deriva “Igreja”, designa a assembleia do povo como força política. Mas este
é o sentido profano. No sentido religioso, “Ecclesia”
é a realização concreta duma assembleia cristã
reunida em igreja (cf. 1Co. 11, 18). Na versão dos LXX, esta palavra designa um
acto cultual, próprio da assembleia convocada para um acto religioso, o que
corresponde ao termo hebraico qahal
(cf. Dt. 23; 1R 8; Sl 22, 26)[24]. Na linguagem do NT, a igreja é o Corpo de Cristo, “sôma Chrystou” (1 Cor 12, 27), e corpo em Cristo, “sôma in Chrystô” (Rom 12, 5). Aliás, a igreja nasce na Páscoa de
Cristo, quando Ele passa deste ao mundo do Pai (Jo. 13, 1). Com Cristo, que
venceu a morte e sai vitorioso do Sepulcro, feito “espírito que dá a vida” (1Co
15, 45), surge uma nova humanidade (Ef 2, 15, Gl 6, 15) e uma nova criação[25]. Pela
mesma razão, Jesus Cristo é o novo Templo Santo, pedra angular; não é só o novo
edifício, mas também o seu construtor. O edifício é a sua obra, a sua igreja
que não cessa de ouvir as Suas palavras, continuamente as relendo e
reconstruindo assim com a máxima devoção, todos os pormenores da Sua vida.
Estas palavras são escutadas também pelos não cristãos, pois a vida de Cristo
fala ao mesmo tempo também a muitos homens que ainda não se acham em condições
de repetir com Pedro: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo[26]». Deste
modo a igreja prepara o fim glorioso, a realização escatológica do Reino de
Deus.
Jesus Cristo é a via principal da igreja. Por isso, devemos tender
constantemente para Aquele «que é a Cabeça», para «Aquele de quem tudo provém e
nós somos criados para Ele», para Aquele que é, ao mesmo tempo, «o caminho e a
verdade» e «a ressurreição e a vida», para Aquele ao ver o Qual vemos o Pai, para
Aquele, enfim, que devia ir, deixando-nos — entenda-se aqui a alusão à Sua
morte na Cruz e depois à Sua Ascensão ao Céu — para que o Consolador viesse a
nós e continue a vir constantemente como Espírito da verdade. N'Ele estão «todos
os tesouros da sabedoria e da ciência» e a igreja é o seu Corpo. A igreja «em
Cristo é como que um sacramento, ou sinal, e instrumento da íntima união com
Deus e da unidade de todo o género humano»; e disto é Ele a fonte! Ele mesmo!
Ele, o Redentor![27].
A igreja de Cristo, que nós todos formamos, é «para os homens», no
sentido de que, baseando-nos no exemplo do mesmo Cristo, a igreja não é do Bispo
de Dili nem do Pe. Brito nem se quer do Papa Francisco. A igreja não está em
primeiro lugar nos órgãos que a reformam, governam – diz Joseph Ratzinger – e
sim, naqueles que simplesmente crêem e recebem nela o dom da fé que se torna
vida. Só quem experimentou, para além das mudanças dos seus servidores e das
suas formas, a acção da igreja nas pessoas, confortando-as, dando-lhes um lar e
esperança, um lar que é esperança – caminho para a vida eterna -, só quem teve
essa experiência sabe o que é a igreja, tanto no passado como no presente[28]. Na
verdade, ela foi fundada para servir a humanidade, para vivificar a
terminologia bíblica de diaconia, kerygma
e koinonia.
Entramos
agora na esfera da eclesiologia, convencidos das seguintes características
fundamentais: a igreja como mistério, a igreja como comunhão, a igreja como
missão, a igreja em assembleia orante da palavra e como celebrante da
eucaristia. Saliente-se que esta práxis foi sua característica desde os primórdios. Neste ponto,
seguiremos também os quatro pontos da essência eclesial, a saber, a unidade, a santidade, a catolicidade e
a apostolicidade, à qual se
acrescentou, pelo seu cunho histórico e geográfico, a romanidade[29].
De acordo com
esta primazia de valores, a igreja é Santa
(Ef 5, 26), não somente na sua Cabeça, Cristo Jesus, mas também nos seus
membros santificados pelo baptismo. A igreja é Una, já que, segundo os Actos dos Apóstolos, a unidade dos crentes
reconhece-se pelo facto de que « eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união
fraterna, à fracção do pão e às orações » (2, 42). Assim sendo, a unidade dos
crentes nutre-se do ensino dos Apóstolos (o anúncio da Palavra de Deus), ao
qual respondem com uma fé unânime, da união fraterna (o serviço da caridade),
da fracção do pão (a Eucaristia e o conjunto dos sacramentos), e da oração
pessoal e comunitária. É sobre estes quatro pilares que assenta a comunhão e o
testemunho no seio da primeira comunidade dos crentes[30]. A igreja é Católica, uma especificação que ressalta
a comunhão entre o universal e o particular: há uma «compenetração» entre
igreja universal e igrejas particulares, que identifica e concretiza a
catolicidade da igreja[31]. A igreja Universal é uma realidade prévia às igrejas
particulares, que nascem na e da igreja universal. Além disso, a igreja é Apostólica. O Cristo da igreja é o mesmo
da pregação apostólica. O enraizamento apostólico exprime-se concretamente no
dinamismo da Tradição. Não basta a igreja conservar ciosamente o testemunho
apostólico das origens[32].
- Diocese
e Bispo
O cristianismo fundou-se
em virtude dos princípios recebidos do Mestre, até ao século IV. Foi no
concílio de Niceia em 325 que se estabeleceram os princípios fundamentais da
hierarquia na forma de única igreja. Assim, foi primeiramente estabelecida a autoridade
religiosa e a administração eclesiástica. Abre-se, então o caminho para noção
de Diocese (do grego dióikesis,
administração), isto é, a extensão territorial sob autoridade de determinado
bispo[33].
Em grego, epíscopos significa “inspectores,
vigilantes”. É o pastor, aquele
que preside à eucaristia, vigia e alimenta ortodoxia da fé, cuida da comunhão
fraterna[34].
Os bispos,
“sucessores dos Apóstolos”, também são classificados como «vigários de Cristo»
na igreja. Em virtude da sua ordenação, o Bispo
é constituído simultaneamente membro do Colégio Episcopal e pastor duma
comunidade local, que ele serve através do seu ministério de ensinar,
santificar e governar[35]. Instituídos
para «guiar pastoralmente “ad pascendum” o povo de Deus, os bispos estão ao
serviço “inserviunt” dos seus irmãos» (LG 18). De facto, com «A Ordem dos
Bispos, que sucede ao colégio dos Apóstolos no magistério e no governo pastoral
“regimine pastorale”» (LG 22), «Cada um dos Bispos que estão à frente de igrejas
particulares, desempenha a acção pastoral sobre a porção do Povo de Deus a ele
confiada» (LG 23). Este «ministério “munus” que o Senhor confiou aos
pastores “pastoribus” do Seu povo é um verdadeiro serviço “servitium”,
significativamente chamado “diaconia” ou ministério “ministerium”» (LG 24). Por isso, cada bispo deve actuar como um «servidor – ministrator», já que «a eles é confiado
plenamente o ministério pastoral “múnus pastorale”», isto é, «o cuidado quotidiano e habitual das próprias ovelhas» (LG 27). Assim, o ministério pastoral do bispo, segundo o que está
descrito na introdução da LG 24 e na conclusão 24, se converte no conceito
central que engloba e articula o ministério da palavra ou litúrgico-sacramental[36]. Em
virtude desta participação no sacerdócio e na missão, os presbíteros reconhecem
o Bispo verdadeiramente como pai e obedecem-lhe com reverência (LG 28). De
resto segundo a fórmula clássica «debitus
honor et reverentia». A autoridade na igreja é confiada ao Papa e aos Bispos,
não sendo, de nenhuma forma, de domínio ou coerção, mas de serviço e
responsabilidade, como ministério de unidade. Não é por acaso que o lema do
Sumo Pontífice é «Servus servorum Dei».
Em suma, a expressão «Não menciono igreja…eu prefiro utilizar a
palavra de Deus que estão escritos no Antigo e Novo Testamento (…) o sistema da
igreja que educam as pessoas a praticarem a violência», assim formulada,
faz-me lembrar uma clássica dialéctica normalmente expressa de seguinte forma:
«Cristo sim, a igreja não». Atrevo-me
acrescentar «igreja sim, mas os
Padres-Madres não». Enfim, assim se cai no aforismo de «believing without belonging» (G. Davie).
Do ponto de vista de abbá-Pai, não
pode o autor do comentário limitar-se a falar do que é e há-de ser um cristão,
como discípulo do Senhor e membro da igreja, pois, desse modo, limitamos o
nosso crer à «sola fides» de Lutero. De
facto, é imperioso um intercâmbio entre “fides
quae” e “fides qua”, isto é, a
inseparabilidade entre o conteúdo e o
acto da fé. Embora o “conteúdo da fé”
e o “acto da fé” sejam diferentes realidades, esses dois “actos” são dois
elementos de um mesmo agir humano. Há que recuperar o poder crer na igreja como
«crer eclesialmente». Pois, se os crentes são membros do Corpo cuja Cabeça é
Cristo, os cristãos contribuem, pela constância das suas convicções e dos seus costumes,
para a edificação da igreja. A igreja cresce, aumenta e desenvolve-se pela
santidade dos seus fiéis, até ao estado do homem perfeito, à medida da
estrutura de Cristo na sua plenitude[37].
A igreja tem, por isso, o direito de criticar qualquer tipo de cultura,
mormente a «cultura da morte», que não ajuda na humanização do indivíduo e a
sociedade. Esta primazia ou hierarquização de valores da «civilização do amor»
foi, precisamente, protagonizada pela igreja diocesana timorense nos tempos
difíceis de opressão do povo.
«Igreja e diocese hadau malu na´an ruin», segundo o aforismo de Jean Bernard:
«aquilo que não é científico não é ético», ou seja, a partir do falso, não se
pode chegar a verdade. À sua própria forma
mentis, parece-me que falta processo de maturação
ética. O que se joga aqui é, de facto, um manifesto de encurtamento e a
cegueira do desejo de criticar sem fundamento lógico.
Na verdade, cada um tem o
seu ângulo específico de visão da realidade, mas por mais profundas e exactas
que sejam as suas considerações, não deve aceitar estas afirmações como uma
síntese completa e verdadeira, porque assim opta por desconhecer outros
aspectos tão ou mais importante para a sua reflexão. Não acuse cegamente a igreja
de haver ensinado os seus fiéis a praticarem violências, repare nos seus “servus” que deixam tudo para trabalhar
arduamente na implementação de uma «cultura da civilização do amor», para a
humanização do povo timorense. Na verdade figura paradoxal da igreja – na
linguagem de Ratzinger – em que o divino tantas vezes se apresenta em mãos
indignas e se faz presente (…), é para os fiéis um sinal de não-obstância do
amor de Deus (…) entre a fidelidade de Deus e a infidelidade do ser humano que
marca a estrutura da igreja (…) são em si mesmo indignos, se torna presença
constante e visível na história. Poderíamos afirmar que a igreja, precisamente
por causa da sua estrutura paradoxal, feita de santidade e imperfeição, é a
figura da graça neste mundo[38].
Para concluir, acredito
que vai surgir uma «nova primavera» na igreja diocesana timorense com a
presença de uma Universidade Católica para formar os Padres ou Religiosos/as em
ordem a serem capazes de responder com eficácia às exigências que o mundo
actualmente apresenta. É a nossa esperança, todos esperamos «que este tempo proporcione à igreja
em Timor uma nova primavera de vida cristã[39]».
Braga, 27/04/2013
Afonso Sarmento Mendonça
Universidade Católica
Portuguesa
Centro regional de Braga
Bibliografia
BENTO XVI, Exort. Apost Verbum Domini, Paulus Editora, Lisboa
2010.
BENTO XVI, Ecclesia in Medio Oriente, Paulinas Editora, Prior Velho 2010.
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Documentos Pontifícios, editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro
1992.
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e Científicas, Cascais 2009.
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Editorial A. O. Braga, Braga 2006.
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comunidade cristiana, Ediciones Sigueme, Salamanca 2009.
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Porto 1960.
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BENTO XVI, Mensagem final da Assembleia Especial para o
Médio Oriente do Sínodo dos Bispos (22 de Outubro de 2010), 4.3 in «L’Osservatore Romano», ed. portuguesa de 30/X/2010.
JOÃO PAULO II, Angelus,
in «L’Osservatore Romano», ed. Port. 11/9/99.
JOÃO PAULO II, Angelus,
in «L’Osservatore Romano», ed. Port. 18/9/99.
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Geral das quartas -feiras, in «L’Osservatore Romano», ed. Port. 30/9/99.
JOÃO PAULO II, Discurso
aos Bispos de Timor Leste, Administradores Apostólicos de Díli e de Baucau,
Vista “AD LIMINA”, in «L’Osservatore Romano», 9 de Novembro de 2002.
[1]
Título original do texto foi publicado no Blogger: Timor hau nian doben. O
título está mal escrito; Beato João Paulo II, não é São Paulo II.
[2]
Comentário de Raimundo Oki, jornalista do Jornal Independente, no Facebook, no dia 9 de Abril de 2013.
[3]
BENTO XVI, Exort. Apost Verbum Domini,
Paulus Editora, Lisboa 2010, 7.
[4]
NEVES, M. Patrão, Violência, in
CABRAL Roque (dir), Logos, Enciclopédia
Luso-brasileira de Filosofia, Editorial Verbo, ed. V, Lisboa 1992, p. 537.
[5]
JOÃO PAULO II, Enc. Redemptor Hominis,
Editorial A.O. Braga, 5ª edição, 1984, 4.
[6]
CONS. PONT. JUSTIÇA E PAZ, Compêndio da
Doutrina social da Igreja, Principia,
Publicações Universitárias e Científicas, Cascais 2009, 60.
[7]
CONS. PONT. JUSTIÇA E PAZ, Op. cit.,
p. 69.
[8] CONS.
PONT. JUSTIÇA E PAZ, Op. cit., p.
160.
[9]
Cf. PIÉ – NINOT, Salvador, Eclesiologia,
la sacramentalidad de la comunidade cristiana, Ediciones Sigueme, Salamanca
2009, p. 150.
[10]
JOÃO PAULO II, discurso aos Bispos de
Timor Leste, Administradores Apostólicos de Díli e de Baucau, Vista “AD
LIMINA”, in «L’Osservatore Romano», 9 de Novembro de 2002, p. 3 e 10.
[11]
JOÃO PAULO II, Redemptor Hominis, 17.
[12]
TERNANT, Paul, Igreja, in LEON-
DUFOUR, Xavier (dir.), Vocabulário de
Teologia Bíblica, Editora Vozes, Petrópolis 1972, pp. 421-431 (430).
[13]
Para aprofundar este tema acerca do papel da Igreja em favor do povo, pode
consultar:
FELGUEIRAS João e J. A.
Martins, Nossas memórias de vida em Timor,
Editorial A. O. Braga, Braga 2006.
[14]
JOÃO PAULO II, Redemptor Hominis, 14.
[15]
JOÃO PAULO II, Angelus, in «L’Osservatore Romano»,
ed. Port. 11/9/99, p.1.
[16]
JOÃO PAULO II, Angelus, in «L’Osservatore Romano», ed. Port. 18/9/99, p.1.
[17]
JOÃO PAULO II, Audiência Geral das
quartas -feiras, no dia 30/09/99, in «L’Osservatore
Romano», ed. Port. 30/9/99,
p.1.
[18]
LESQUIVIT, Colomban, Pastor & Rebanho,
in LEON- DUFOUR, Xavier (dir.), op. cit.,
pp. 724-727 (727).
[19]
Cf. BENTO XVI,
Mensagem final da Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo
dos Bispos (22 de Outubro de 2010), 4.3
in «L’Osservatore Romano», ed.
portuguesa de 30/X/2010, 8.
[20]JOÃO
PAULO II, Vida Consagrada, Editorial
A.O. Braga, 1996, 6.
[21] JOÃO PAULO
II, op. cit., in «L’Osservatore
Romano», 9 de Novembro de 2002, p. 3 e 10.
[22] JOÃO PAULO II, op. cit., in «L’Osservatore Romano», ed. Port., 9 de Novembro de
2002, pp. 3 e 10.
[23] Ibidem
[24] TERNANT, Paul, Igreja, in LEON- DUFOUR, Xavier (dir.), op. cit., pp. 421-431 (421).
[25] TERNANT, Paul, op. cit., pp. 421-431 (426).
[26]
JOÃO PAULO II, Redemptor Hominis, 7.
[27]
JOÃO PAULO II, Redemptor Hominis, 7.
[28]
JOSEPH RATZINGER, Introdução ao
Cristianismo, Principia, Cascais, 2005, p.251.
[29]
GRINGS, Dom Dadeus, A Igreja de Cristo
para o terceiro milénio, EDIPUCRS, Porto Alegre 1997, pp. 10-11.
[30]
BENTO XVI, Ecclesia in Medio Oriente,
Paulinas Editora, Prior Velho 2010, 5.
[31]
BENTO XVI, Ecclesia in Medio Oriente,
38.
[32]
LANZA, Sérgio, Igreja, in GODINHO
Miriam, et al., (trad.), Christos
Enciclopédia do Cristianismo, editorial Verbo Lisboa – São Paulo, Lisboa
2004, pp. 419-428 (427).
[33]
ROPS, Daniel, A Igreja dos Apóstolos e
dos Mártires, Livraria Tavares Martins, Porto 1960, pp. 580-581.
[34]
BROVETTO, Costante, Bispo,
in GODINHO Miriam, et al., (trad.), Op.
cit., p. 137.
[35]
BENTO XVI, Ecclesia in Medio Oriente,
41.
[36]
Cf. PIÉ – NINOT, Salvador, op. cit.,
p. 386.
[37]
IGREJA CATÓLICA, Catecismo da Igreja
Católica, Gráfica de Coimbra, Coimbra 1993, n. 204.
[38]
JOSEPH RATZINGER, Introdução ao
Cristianismo, Principia, Cascais, 2005, p.250.
[39] JOÃO PAULO II, op. cit., in «L’Osservatore Romano», 9 de Novembro de 2002, p. 3
e 10.