terça-feira, 17 de maio de 2011

A escola de amor; do "Eros" ao "Ágape"


Um dos aspectos mais marcantes na vida dos jovens é a sede de amor. O amor mais humano e comum parte duma relação entre um homem e uma mulher que é sustentada pela liberdade. É um encontro e uma doação gratuita, a partir do interior, originada por um impulso natural em ordem a um caminho de crescimento mútuo. Diz claramente Leonardo Boff: «todo o varão cresce e amadurece sob o olhar da mulher e toda mulher desabrocha para a sua identidade adulta sob o olhar do varão».
O amor afectivo entre homem e mulher “eros” exige um permanente amadurecimento para se darem um ao outro. Amar não é apoderar-se do outro, mas sim, dar-se ao outro para se completarem. Esse amor tem um valor deveras sublime, que significa dar-se ao cuidado do outro e pelo outro. Por ele está disposto ao sacrifício. Este chama-se “amor ágape”.

O amor convida-nos a ver o outro sem procurar possuí-lo. Gostamos muito dele sem pretender ser seu dono. É dificil atingir esta liberdade de coração sem ser presa da cultura de mercado, em que tudo existe para ser adquirido e usado, mesmo as pessoas. Temos que aprender a ver o outro correctamente, com olhos que não devorem nem os outros nem o mundo. S. Tomás escreveu «ubi amor, ibi oculos».
No mundo dos jovens de hoje brinca-se com a expressão: “Love is blind”. Pelo contrário, o amor não é cego: tem a sua maneira de ver, os seus olhos próprios, segundo o velho adágio latino: “ubi amor, ibi oculus”. Sabe observar e ver, não com olhar possessivo e de captação, mas com um olhar de doação, livre e gratuito, a condição para se poder viver em transparência comunitária, superando suspeitas destruidoras. (John Powel)

Khalil Gibran no seu livro «O profeta», o personagem Almitra pediu: «fala-nos de amor».
O profeta ergueu a cabeça para a multidão em silêncio. Depois, com voz forte e firme, exclamou:
«Quando o amor vos fizer sinal, segui-o, ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos, ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir. E quando vos falar, acreditai nele, apesar de a sua voz poder quebrar os vossos sonhos como vento norte ao sacudir o jardim».
Porque, assim como o vosso amor vos engrandeceu, também deveis crucificar-vos. E, como se elevam à vossa altura e acariciam os ramos mais frágeis que tremem ao sol, também irá até às raízes. Sacudindo o seu apego à terra como braçados de trigo, ele vos leva, malha-vos até ficardes nus. Passa-vos pelo crivo para vos livrar do joio. Mói-vos até ao branco mais puro. Amassa-vos até ficardes maleáveis e prontos para o seu fogo.
Tudo isso vos fará o amor. O único caminho para o conhecimento da vida. O amor alimenta-se a si próprio, o amor não possa nem quer ser possuído, porque o amor basta ao amor.
Todos nós temos sede de amar e sermos amados. Somos gente apaixonada. Matar toda a paixão seria atrofiar e secar a nossa humanidade. Não somos anjos nem bestas, mas sim, homem de carne e osso. Por isso mesmo é normal sentirmo-nos apaixonados. Apaixonar-se é «para muitas pessoas a experiência mais reveladora e extraordinária das suas vidas, em que o centro de significação é de repente arrancado de si mesmo, e o ego adormecido é abalado, deslocado, para a consciência de uma realidade inteiramente outra»

Quando Thomas Merton, um cisterciense americano, se encontrava no auge da sua fama como escritor espiritual, apaixonou-se desesperadamente por uma enfermeira que o tinha tratado no hospital. Escreveu no seu diário que estava «atormentado pela consciência crescente de que estávamos apaixonados e eu não sabia como poderia viver sem ela»

Essa experiência foi vivida pela Marta. Na família de António e Maria, o Senhor concedeu-lhes uma única filha, a Marta. Ela é considerada uma rapariga bonita, inteligente, cheio de bondade e amabilidade, cheia de misericórdia para com os que sofrem ao seu lado.
Ela iniciou a sua grande aventura no processo de sair do seu mundo de analfabetismo com grande sucesso. Aí, deu-se a conhecer com Marco, um rapaz, amável e muito simpático. Ambos estudaram no mesmo tecto; Saint Mary School. Quando chegou o momento de puberdade, ambos se sentiram apaixonados uns pelo outro. Por fim, Marco desabafou o seu sentimento mais profundo à sua amiga:«sinto-me apaixonado por ti! Amo-te tanto, desejo-te muito e não posso viver sem ti! Também eu!Retorquiu Marta. Assim, ambos envolveram-se num mar de paixões».

Viveram este tempo de namoro com grandes dificuldades, incluindo o desentendimento, as turbulências e as crises da vida, mas, ambos se mantiveram firmes nas suas promessas.
Passou algum tempo, Marco pediu-lhe para se casarem. Ela aceitou o pedido. Os pais aceitaram os pedidos dos filhos. Assim, ambos deram mais um passo na busca de conhecimento um do outro. Apesar de ambos estarem comprometidos, sentiam que o caminho a percorrer para uma verdadeira maturidade ainda é longo e ambos estão na fase final do ano lectivo.
Com o decorrer do tempo, chegou o momento certo para se decidirem pelo casamento. Ambos foram graduados e ostentam, felizes, os diplomas nas suas mãos. Com profunda alegria, Marco disse:Terminei o meu curso e vou casar com a minha querida Marta. Eu amo-a tanto!» Todos os amigos os felicitaram: «Parabéns, sejam felizes! Que a vossa família seja mais feliz do mundo».
Perante todo este barulho, Marta sentiu-se apreensiva e uma coisa estranha irradiava no seu coração. Ficou infeliz com a festa da graduação, refugiou-se dos seus amigos e recolheu a um lugar solitário para reflectir. Neste discernimento, sentiu uma voz a chamar pelo seu nome: «Vem e segue-me!”. Ela ficou sem entender nada. Senhor, tu chamas-me? Não, eu não sou digna disso! Ficou passiva e procurou fugir deste chamamento. Mas, quando mais ela rejeitava mais forte essa inquietação lhe gritava no fundo do coração.
Chegou a casa todo feliz e bem disposta. Tinha os olhos lúcidos como se tivesse algo para comunicar lá do muito profundo de si. Sentou-se, fitou primeiro o rosto da mãe, depois o do pai e, finalmente, disse: “Vou ser uma freira! Quero quebrar o laço do mundo que me prende”. Naquele momento parecia sentir o tecto desabar sobre si. O pai ralhou com ela, a mãe zangou-se com o pai, enfim, uma discussão forte entre todos…

A mãe ficou pasmada e disse-lhe: «Nem penses, filha. És noiva, sabes que o Marco te ama. Ele tem muita riqueza para te fazer feliz”. Marta só meditava no seu coração sem dar qualquer resposta à sua mãe.
Ficou preocupada. Já ninguém gosta mais dela: os pais, os amigos. E ninguém podia dar-lhe uma mão para a ajudar a solucionar esse problema. Os amigos consideraram-na uma louca, pois a questão religiosa é um escândalo para eles.
Dia após dia, Marta sentiu-se cada vez mais solitária. Nessa solidão e silêncio, encontrou uma solução: «Vou pedir conselho ao meu pároco». No dia seguinte, pôr-se a caminho da Paróquia, e aí foi atendida.
Diante do pároco, desabafou abertamente o seu desejo de dar um rumo certo à sua vida; «Eu queria seguir a minha estrela, aquela que me chama: “vem e segue-me!”. Mas não sei como posso começar dar o primeiro passo. No princípio, acho uma coisa estranha e tentei para fugir. Mas essa voz persegue-me por onde quer que eu vá. Penso que não sou digna dessa vida! Tentei falar com os meus pais, mas eles ignoraram o meu pedido. Os meus amigos disseram que sou uma louca».
O pároco ouviu e ponderou a atitude daquela jovem e prometeu-lhe: «Hei-de ajudar-te, na medida do possível, a alcançares o teu objectivo». Deu-lhe os seus conselhos e algumas informações úteis sobre a vida religiosa. Certo dia, conduziu-lhe ao convento das irmãs, e aí foi admitida. Uma nova etapa para a sua vida!..

Na véspera, da sua partida para convento, pegou numa folha branca e começou a escrever uma carta para Marco: «Querido Marco, antes de mais nada, eu peço-te desculpa por ter rejeitado o nosso casamento. Obrigada pela tua companhia ao longo do meu crescimento pessoal. É verdade que, através de ti, eu aprendi a amar e tu me ensinaste como é amar uma pessoa, sem ser dono de ninguém.
Neste momento, eu estou verdadeiramente apaixonada por outra pessoa. Tenho a certeza de que Ele me ama e me chama já desde o tempo em que eu ainda estava no seio da minha mãe. Ele chama-seJESUS CRISTO. Peço imensa desculpa se tu não fores aceitar esse desafio. Eu tenho de ir. Vou, mas não é para sempre. Um dia, mais tarde, eu voltarei. Não voltarei para ti ou para ninguém, mas voltarei para todos, porque o meu amor não é inclusivo, é incondicional. Nunca me esquecerei de rezar por ti. Tu hás-de encontrar uma pessoa certa para te acompanhar ao longo da tua vida, uma pessoa mais bonita do que eu. Eu sei que tu me amas. E também te amo, mas o amor de CRISTO por mim é mais forte do que possas imaginar».

Desta forma, Marta seguiu o seu caminho. Toda a casa ficou desarrumada. Os pais negaram-na, dizendo: Tu não és a nossa filha! Sem o acompanhamento dos pais dela, mesmo assim foi sozinha para o convento. Apesar de os pais a negarem, ela continuou feliz, radiante de alegria, uma alegria que ninguém pode imaginar.
Numa linda manhã, a caixa do correio recebeu uma carta para Marco. Ele tomou-a na mão, e, com uma imensa alegria, deu um beijo a esta carta antes de a abrir. Depois, abriu-a e leu. Neste instante, ficou frustrado, e profundamente desanimado: «Traidora... traidora... traidora é tudo o que consegue dizer». As lágrimas e a fúria tomam posse da sua face.
À noite, antes de dormir, Marco gravou no seu diário: «De hoje em diante, o meu maior inimigo éJESUS CRISTO por me ter roubado uma pessoa que eu amo tanto na minha vida». Para ele, perder a amada criava-lhe muita dor. Não conseguia viver sem ela neste mundo. Como diz Otelo, face à perda da sua amada Desdémona: «Nela eu tinha refugiado o meu coração, nela tenho que viver ou não ter vida, ela é a fonte de onde brota a minha corrente, porque senão seco». Assim é o sabor do amor. Amor torna-nos felizes mas também nos causa dor e sofrimento, se não for a verdadeira escolha da vida.
Todos os dias Marco chorava por ela. Fez todos os esforços para a tirar do convento, mas não conseguiu tirá-la da mão do Senhor.
Todas as coisas são amargas para ele. O amor quando é desamado dói. O tédio, o desânimo e a fúria acompanharam-no muito tempo, ao longo desta crise de amor.
Com o de correr do tempo, esforçou-se por esquecer este drama da sua vida, e jurou que não cairia mais nestas histórias de amor.
Talvez o Senhor permitia que nós encontremos e amemos uma pessoa incerta antes de encontrarmos a pessoa certa para companhia da nossa vida. O que é importante é sempre sabermos agradecer a dádiva de Deus.

Passaram alguns anos. Num certo domingo, Marco foi à missa. Sentado no banco lá no fundo da igreja, fixou o seu olhar no crucifixo que estava atrás do altar. O seu coração estava inquieto, pois, estava muito irritado com Cristo. De repente, sentiu uma luz forte irradiar diante dele. Caiu por terra. Alguns segundos depois, apareceu uma mulher bonitíssima com um vestido branquíssimo. Acolheu-o com o seu amor maternal: «Marco, porque é que tu não deixas a tua amiga seguir o meu filho? Ele foi crucificado nesta cruz por causa de ti, e tu não tens pena dele? O meu filho tem maior amor por ela que tu. Ele entregou-se por ti, por ela, e por todos. «Ninguém maior amor do que o que dá a vida pelos seus amigos».

O amor em nós culminará no despojamento daqueles que amamos, devemos deixà-los partir, devemos deixá-los ser o que são; darmos-lhes a liberdade de construírem as suas próprias vidas.
Marco reconheceu diante do crucificado a sua culpa, e chorou amargamente por não ter deixado a sua amiga livre para escolher o seu caminho: «Jesus, filho de David tem misericórdia de mim». Doravante, ele percebeu que é isto que se chama VOCAÇÂO. A vocação é um chamamento de Deus que se sente de várias maneiras. “…Pois é Deus quem realiza em nós o querer e o fazer” (fil.2,13). Em todas as histórias da vocação, a iniciativa é sempre de Deus. Mesmo que a percepção não seja inicialmente clara, a mão de Deus permanece sempre estendida sobre a pessoa eleita e predilecta. Se é Deus que olha para o homem, apaixonando-se dele, e o torna inquieto, como diz Santo Agostinho, o homem, na sua inquietude, e numa atitude de resposta, não deve cessar de elevar as suas aspirações até Deus. Consequentemente, como num diálogo amoroso, os dois desejos, se forem verdadeiros, fundem-se num só. A pessoa, quando é conduzida a entrar no mais profundo de si mesmo, pode descobrir que a sua vontade e a de Deus se fundem num só querer e num só agir.
O chamamento, que é “divinamente humano”, parte precisamente do contexto da história de cada um. O importante é que cada chamado/a se predisponha a escutar os seus desejos e aspirações numa atitude profunda de relação com Deus, para que, purificados os seus desejos e aspirações, possa acolher, assumir e viver a vocação como desafio a uma vida “humanamente divina”.
No entanto, o chamamento de Deus ouve-se através de uma voz muito baixinha onde só se ouvem os interlocutores, isto é, entre Deus e a pessoa escolhida; «A verdadeira voz do amor é uma voz muito suave, que me fala dos pontos mais recônditos do meu ser. Não uma voz ruidosa, que se imponha e ejixa atenção. É a voz do Pai... É uma voz que só pode ser escutada por aqueles ou aquelas que se deixam tocar.» (Henri Nouwen)

Por fim, Marco regressou a casa com uma profunda alegria e comoção, por ter participado no processo de crescimento da sua amiga, quer na parte física ou psicológica, até que ela encontrou a sua verdadeira felicidade.
Alguns anos passados, Marta fez a sua profissão religiosa, a sua entrega definitiva ao serviço de Deus. Será o primeiro encontro com os pais depois de ter escolhido esta vida. Aí, estavam os pais e Marco. Com uma enorme alegria que ninguém possa imaginar, ela fez uma pequena história sobre a sua caminhada, antes e depois de encontrar e entrar nesta vida religiosa: «quando era adolescente, não sabia nada sobre a vocação. Portanto, vivi uma vida intensamente mundana e perdi tanto tempo com as coisas passageiras. Graças à sua misericórdia, hoje eu me encontro no meu verdadeiro caminho, o que me faz feliz para sempre. Muito obrigado aos meus pais e aos amigos que partilharam a vida comigo ao longo do meu de crescimento como jovem».
É este o seu último encontro com os pais. Marta foi depois para a terra de missão. Aí, deu a sua vida para a vida de muitas pessoas, construiu casa para acolher as crianças órfãs, para os doentes... Viveu feliz até à vinda da irmã morte.
Com efeito, uma vida de amor embora difícil, não é árida e sem gratificações. De facto é a única vida plena e feliz, pois é preenchida por preocupações tão profundas como a vida, tão amplas como o mundo e de alcance tão vasto como a eternidade.
Na nossa vida diária, agarramo-nos muitas vezes às pessoas porque pensamos que precisamos delas. A frase: “eu preciso de ti” é vista como uma experiencia de amor.

Algumas pessoas gostam que lhes digam: “não posso viver sem ti”. O verdadeiro amor não tem por base as minhas necessidades. O verdadeiro amor não é possessivo. O verdadeiro amor dá às outras pessoas liberdade para respirarem e para serem quem são. O apego aos outros e a dependência excessiva em relação a eles não é amor, segundo Albert Nolan. Pois, o amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O que teria acontecido a Marta se Marco não a deixasse escolher o seu caminho? Perguntava William Blake: «Pode chamar-se amor àquilo que bebe os outros como uma esponja bebe a água?» De facto, ela não seria feliz com Marco porque não era ele o seu verdadeiro amor. Ela teve uma coragem incrível no seu ideal. Para atingirmos uma meta é necessário lutar contra as marés. Temos que dizer “Sou dono do meu destino”. Com a libredade interior vamo-nos tornando pessoas livres na escolha, sem nos tornarmos aquilo que achamos que os outros querem que sejamos. E assim, quando as nossas acções são expressão de medo, a liberdade interior torna-nos facilmente prisioneiros das ilusões. Apesar de tudo ela sentiu uma excessiva dor e ternura. Mas conseguiu deixar-se ferir pela inteligência do amor, mas sangrar feliz pelo seu ideal. Ela permaneceu fiel porque este é o único caminho do amor.

O amor significa ter consideração, aceitação e interesse pelas pessoas a quem amo. É uma auto-entrega.
Por isso, amor é uma coisa que se constrói ao longo da nossa vida, é uma escola de vida.
Termino com as palavras de Michel Qouist: «aprender a amar, não é fazer muitas experiencias; é respeitares-te e respeitares todos os outros, para seres capaz de respeitar profundamente o corpo e a pessoa de um outro; é conquistares-te para te poderes dar a um outro, é esqueceres-te para não te apoderares de um outro, mas sim, ofereceres-te; é abrires-te aos outros, aceitares os outros, compreenderes os outros, permutares com os outros, para poderes acolher um outro»

Bibliografia
  1. Gibran Khalil, o profeta, ed. Alma azul.
  2. Powel John, porque tenho medo de amar? Ed. Paulinas.
  3. Nolan Albert, Jesus hoje, uma espiritualidade de liberdade radical, Ed. Paulinas.
  4. Texto de Pe. José Negri, os olhos no amanhã; o que eu quero ser na vida. Foi adaptado pelo Frajuvoc de Leiria.
  5. Texto de Timothy Radclife, Mestres Geral dos Dominicanos, a promessa de vida; a vida afectiva.

 
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