sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sermão Sobre Oração

Nestes sermões, Santo António fala da oração como de uma relação de amor, que estimula o homem a dialogar docilmente com o Senhor, criando uma alegria inefável, que suavemente envolve a alma em oração. O santo recorda-nos que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio que não coincide com o desapego de rumor externo, mas é experiência interior, que tem por finalidade remover as distracções causadas pelas preocupações da alma, criando o silencio na própria alma.
´´Deste ensinamento de Santo António sobre a oração captamos uma das características específicas da teologia franciscana, da qual ele foi o iniciador, isto é, o papel atribuído ao amor divino, e que é também a fonte do qual brota uma consciência espiritual e de qualquer conhecimento. De facto, amando conhecemos`` (Bento XVI).
Só uma alma que reza pode realizar progressos na vida espiritual; é este objeto privilegiado da pregação de Santo António. Ele conhece bem os defeitos de natureza humana, a nossa tendência a cair no pecado e, portanto, exorta a continuar a combater a inclinação da avidez, do orgulho, da impureza, e a praticar as virtudes da pobreza e da generosidade, da humildade e da obediência, da castidade e da pureza. Por este motivo, o Santo convidou várias vezes os fiéis a pensar na verdadeira riqueza, a da Cruz, que tornando bons e misericordiosos, faz acumular tesouros para o Céu.
Santo António, na escola de Francisco, coloca sempre Cristo no centro da vida e do pensamento, da ação e da pregação. Esta é outra característica típica da teologia franciscana: o cristocentrismo. Ela contempla benevolamente, e convida a contemplar, os mistérios da humanidade do Senhor, o homem Jesus, de modo particular, o mistério da Natividade, Deus que se fez Menino, se entregou nas nossas mãos: um mistério que suscita sentimentos de amor e de gratidão para com a bondade divina.
´´Por outro lado a Natividade, ponto central de amor de Cristo pela humanidade, mas também a visão do crucifixo inspira em Santo António pensamentos de reconhecimento para com Deus e de estima pela dignidade da pessoa humana, de modo que todos, crentes ou não crentes, possam encontrar no crucificado e na sua imagem um significado que enriquece a vida``( Bento XVI).
Meditando estas palavras, podemos compreender melhor a importância da imagem do crucifixo para a nossa cultura, para o nosso humanismo nascido da fé em Cristo. Precisamente olhando para o crucifixo
Vemos, como diz Santo António, como é grande a dignidade humana que aparece no espelho do crucifixo, e olhar em sua direção é sempre fonte do reconhecimento da dignidade humana.
Fr. Osório Ximenes

 
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