sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Diálogo Inter-Religioso

Introdução

      O tempo em que vivemos está a dar sinais visível da contradição entre as religiões como fundamentalismo, fanatismo, sincretismo religioso, pois, estamos numa sociedade multicultural, multiétnica e multireligiosa, por isso, causa muitos conflitos, tensões, fobias, intolerância e perseguição de conotações religiosas que fervilham o mundo.

Escolhi este tema pelas escassas bibliografias que estão disponíveis sobre o diálogo inter-religioso. Mas também, de uma maneira muito particular, porque este ano, toda a família franciscana em júbilo louva o Senhor pelo dom precioso do “Espírito de Assis”. 

O objectivo deste trabalho consiste na importância do diálogo inter-religioso na vida actual, porque cada vez mais a religião se torna fontes de conflito no mundo hodierno.

     Este trabalho estrutura-se em três capítulos.
O primeiro capítulo apresenta o diálogo como uma missão de evangelizar. Vamos desenvolvendo alguns conceitos do diálogo na teologia cristã da actualidade. Tomamos em consideração, a importância da liberdade religiosa e o diálogo entre as religiões. Destacando também algumas linhas de diálogo entre cristão-muçulmanos e cristão-judeus. Limitar-nos-emos apenas as três grandes religiões, porque têm um património em comum, pois, são descendentes de Abraão, adoram o único Deus.
O segundo capítulo aborda o tema do diálogo à luz dos documentos do Concílio Vaticano II, que constituiu a carta magna do diálogo Inter-Religioso. Como é sabido, o tema do diálogo foi-se desenvolvendo muito na Aula Magna do Concílio Ecuménico Vaticano II, que decorreu nos anos 1962 a 1965. Além disso, os documento Magistério da Igreja (as Encíclicas) que os últimos Papas publicaram que, de um modo implícito destacando o tema do diálogo. O Secretariado Pontifício para o Diálogo inter-religioso, publicou no dia 19 de Maio de 1991, o documento «Diálogo e Anuncio», que indica as linhas mestras do diálogo inter-religioso.

O terceiro capítulo reflecte sobre “Espírito de Assis”. Porque, coincide com a celebração dos 25 anos deste espírito. Este evento é um momento único na história da Igreja após o Concilio. Por isso, vamos descrevendo alguns episódios que aconteceram em Assis em 27 de Outubro de 1987. Neste capítulo, vamos perscrutar também alguns episódios e exemplos das duas figuras ilustres que dedicaram a sua vida a causa do diálogo como Francisco de Assis e João Paulo II.
  

CAPITULO I:
DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO: UMA MISSÃO DE EVANGELIZAR

1.      O que significa o diálogo inter-religioso?

Etimologicamente a palavra «diálogo» derivada de grego “diálogos” e em Latim “dialogus” que significa ter a capacidade de discutir (dialexis), e era praticamente, intercambio com os vocábulos latinos disputatio, altercatio, refutatio e reprobatio[1]. O último meio século caracterizou-se pelo conceito de “diálogo”. Diálogo significa abertura recíproca sem coacções.
O diálogo é um acontecimento que desde o princípio prende a consciência do outro, toma a consciência da realidade que o circunda e entra em relação com ela. Por conseguinte, o diálogo funda-se na essência intelectual do homem e na unidade e identidade da sua natureza de ser que pode comunicar com o seu semelhante, apesar das particularidades que o afectam[2]. Diálogo sincero com o “outro” é um momento único para prender a sua consciência e toda a realidade que o envolve. Diz-nos Herman Schaluck: «encontrar o outro em forma diálogica significa encontrar a outra pessoa na “alteridade do seu olhar”, redimindo-a e libertando-a da sua solidão e desejo de uma relação significativa. Que quer dizer, reconhecer os seus limites, deixar enriquecer pelo outro, criar com ele valores significativos para vantagem de todos e da criação[3]». Em suma, diálogo é um elemento fundamental e característica da nossa humanidade, ligado ao reconhecimento do valor e de toda a pessoa humana, digna de ser acolhida e ouvida, chama a relação com o outro, impõe-se também no plano das relações entre os religiosos[4]
O diálogo requer diferentes interlocutores, diálogo exige uma abertura, vontade e verdade. O risco diálogo é o dogmatismo, fanatismo, indiferentismo fundamentalistas, relativismos e do sincretismo religioso. João Paulo II dizia: «A via mestra da missão é o diálogo sincero; o diálogo que "não nasce de tácticas ou de interesses", e nem sequer é fim em si mesmo. O diálogo, aliás, que deixa falar o próximo com estima e compreensão, afirmando os princípios em que se crê e anunciando com amor as verdades mais profundas da fé, que são alegria, esperança e sentido da existência»[5]. O diálogo possibilita essa purificação e conversão interior e, a via do diálogo é como se fosse um caminho para tecer os laços das relações com um Tu, com o outro, com o ambiente, com Deus, numa “existência dialógica

2.      Valor do diálogo inter-religioso

Para promover o trabalho do diálogo, o Papa Paulo VI criou, em 1964, o Secretariado para os não-cristãos, atualmente denominado Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso. Após a Assembleia Plenária de 1984, o Secretariado publicou um documento com o título  «A atitude da Igreja perante os seguidores de outras religiões. Reflexões e orientações sobre diálogo e missão». O documento declara que a missão evangelizadora da Igreja "é uma realidade unitária mas complexa e articulada". Indica os seus elementos principais: presença e testemunho;  empenho pela promoção social e pela libertação do ser humano; vida litúrgica, oração e contemplação; diálogo inter-religioso; e, por fim, anúncio e catequese[6].
Portanto, a condição para o diálogo é em primeiro lugar o reconhecimento da dignidade do outro, que significa respeita-lo, tratá-lo e procurar para entender a sua crença e confissões religiosas. O diálogo é elemento fundamental e característica da nossa humanidade, ligado ao reconhecimento do valor de toda a pessoa humana, digna de ser acolhida e ouvida, chamada à relação com o outro, impõe-se também no plano das relações entre as religiões[7]. Diz respeito a pluralidade das raças, das culturas e das religiões.

O objectivo fundamental e básico do diálogo é «para ultrapassar os conflitos da ordem religiosa e evitar que certas atitudes que têm outras origens (étnicas, culturais, ligadas a ressentimentos provocados por acontecimento do passado) possam encapotar-se sob pretexto religiosos, arriscando-se a degenerar em modalidades de fanatismo[8]».

2.1. Novo paradigma do diálogo[9]

A teologia crista busca a sua identidade própria na Teologia Fundamental, surgiu como tema central esta disciplina teológica de diálogo com as outras religiões. Como bem conhecido nos últimos anos como Teologia das religiões. Assim, a recente teologia das religiões distribui-se sobre as linhas de três paradigmas.
Ecclesiocêntrica ou de Cristologia exclusiva, acentua na radicalidade do cristianismo: Cristo é o único salvador, que desde a formula de São Cipriano de Cartago que caracteriza por axioma “extra ecclesia nulla sallus”. Isto é, fora da igreja não há salvação.
Cristocêntrica ou Cristologia inclusiva, esta Cristologia inclusivista pode ter duas interpretações: teoria do “cumprimento”, Cristo como meta final que encontra plena resposta as religiões não cristã; teoria da presença de Cristo parciais ou implícitas nas outras religiões. Pluralista ou Teocêntrico, ressalta a presença salvífica de Deus em toda a História e convida os crentes das diversas religiões a aprofundarem a sua experiência da fé e a aproximarem mais a Deus. E, também sustenta que todas as religiões são diversos caminhos de salvação. De forma muito resumida que este paradigma o importante é Deus, e não na mediação dos outros profetas ou os líderes religiosos.

2.2. Formas do diálogo[10]

Este documento apresenta-nos quatro formas de diálogo inter-religioso:
a) O diálogo da vida, onde as pessoas se esforçam por viver num espírito de abertura e de boa vizinhança, compartilhando as suas alegrias e tristezas, os seus problemas e as suas preocupações.
b) O diálogo das obras, onde os cristãos e os outros colaboram em vista do desenvolvimento integral e da libertação da gente.
c) O diálogo dos intercâmbios teológicos, onde os peritos procuram aprofundar a compreensão das suas respectivas heranças religiosas, e apreciar os valores espirituais uns dos outros.
d) O diálogo da experiência religiosa, onde pessoas radicadas nas próprias tradições religiosas compartilham as suas riquezas espirituais, por exemplo, no que se refere à oração e à contemplação, à fé e aos caminhos da busca de Deus e do Absoluto.

3.      Diálogo entre as religiões

Na sua exortação Apostólica Verbum Domini, dizia o Papa: «A Igreja reconhece como parte essencial do anúncio da Palavra o encontro, o diálogo e a colaboração com todos os homens de boa vontade, particularmente com as pessoas pertencentes às diversas tradições religiosas da humanidade evitando formas de sincretismo e de relativismo[11]». Estamos a viver num clima que a religião se torna cada vez mais como fontes do conflito na história de humanidade. E estes atos tocaram os corações de todos. Claro que ao longo do percurso da história da humanidade, as religiões também se cometiam alguns erros, tais erros que de algum modo se dividem a unidade e amizade entre as religiões. Segundo Bento XVI, de algum modo a própria religião se motive de fato a causa da violência…, de modo mais subtil mas sempre cruel, vemos a religião como causa de violência também nas situações onde esta é exercida por defensores de uma religião contra os outros[12].
Todos os crentes e não crentes aspiram por terem uma vida digna, acolhedora e compreensão mútua. Aspiram por construírem um futuro próspero e um profundo sentido de fraternidade universal, mas sobretudo, o respeito á vida e o direito da pessoa humana. Por tanto, o diálogo é o único caminho, para aprofundar o respeito a vida como valor fundamental, os direitos inalienáveis do homem e da mulher e a sua igual dignidade[13]. O direito a vida é o valor fundamental de cada ser humano, pois, cada um é único e irrepetível.

3.1. O Islão

A palavra islão significa “resignação”, “renuncia”, “abandono a Deus”. A religião fundada pelo Maomé, cujos fiéis são muçulmanos, da palavra árabe muslim significa submisso, crente. O dogma “imã”, ou fé, simplesmente crença em Alá, deus único, incriado e criador e o Maomé é o seu enviado. O Alcorão é a fonte da inspirada de todos os conhecimentos possíveis, divinos e humanos[14].
A doutrina islâmica contém os cinco pilares: Shahada, que quer dizer “a profissão da fé”: não há outro Deus que o Állah e, o Maomé o é o seu enviado. Esta profissão da fé, os muçulmanos afirma a sua adesão à última mensagem revelada por único Deus ao Maomé. Salat (a oração), que dá sentido a cada jornada e marca com a invocação ao Deus único. Ritualmente 5 vezes pró dia, do nascer ao pôr-do-sol, em direcção ao Meca. Zakat, quer dizer “oferta aos pobres” também alguém traduzem como “imposto social purificador”. Distribuí a sua riqueza para com os necessitados são um ato religioso. Sawn ou Ramadão, significa “o jejum”, especialmente durante o mês de Ramadão, o nono do calendário. Isto é, uma ruptura durante um mês com a relação de vida normal. Desde o nascer até pôr-do-sol, os muçulmanos fazem abstinência de qualquer substância estranha que pode entrar no corpo e de qualquer relação sexual. É o mês que se pode expressar fisicamente a vontade de servir o Deus único. Hayy, é conhecido como “peregrinação a Meca”, os muçulmanos ao menos uma vez na vida à Kaaba-o santuário sagrado em Meca[15]»

3.2  Cristão e muçulmano

No relacionamento com os muçulmanos diz Conc. Vat. II que constitui para a Igreja Católica a Magna Charta do diálogo islâmico-cristão: «A Igreja olha com estima para os Muçulmanos que adoram o Deus único, vivo e subsistente, misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra, (…) cujo nome a fé Islâmica com agrado pronuncia[16]». E também igreja reconhece os muçulmanos porque adoram o mesmo Deus que os cristão; adoram o Deus Abraão e prestam culto a Deus com a oração, a esmola e o jejum.
O documento citado não ignora a herança histórica do Islão: «no decurso do século surgiram entre cristãos e muçulmanos não poucas discórdias e ódios, e este sagrado Concílio exorta todos a que, esquecendo o passado, sinceramente se exercitem na compreensão mútua e juntos defendam e promovam a justiça social, os bens morais e a paz e liberdade para todos os homens[17]». O conhecimento recíproco, paz e justiça são as questões fundamentais no diálogo entre cristãos e muçulmanos.
João Paulo II dizia que o respeito e o diálogo exigem a reciprocidade em todos os âmbitos, sobretudo no que diz respeito às liberdades fundamentais e sobretudo à liberdade religiosa. Eles favorecem a paz e o entendimento entre os povos[18]. O diálogo entre todas as religiões supera todas as barreiras que dividem a humanidade. E, os líderes religiosos são portadores da paz e devem contribuir para criar um clima de fraternidade universal e desenvolvem um espírito de diálogo sincero e respeitoso, fundado sobre um conhecimento recíproco entre várias religiões.
Benta XVI manifesta a sua disponibilidade em prol do diálogo entre as religiões: «Garanto-vos que a Igreja deseja dar continuidade à construção de pontes de amizade com os seguidores de todas as religiões, a fim de procurar o bem autêntico de todas as pessoas e da sociedade no seu conjunto[19]».

3.3. Judaísmo

Religião actual dos judeus, que receberam o seu ensinamento do próprio Deus por intermédio de Moisés, reconhecido também como “povo eleito de Deus”. O sentido da lei e espiritualidade do judaísmo radica neste 6 palavras-chave: Tora, Mishna, Gemara, Talmud, Halakka, Haggada. Tora é a Lei. A lei escrita, tal como Moisés recebeu no Monte Sinai. Mishna é a Lei oral. É um ensinamento que fornece um certo número de precisões necessárias para que se ponham em prática os mandamentos da Lei escrita. A própria Mishna foi comentada nas escolas rabínicas. O conjunto destes comentários chama-se Gemara. A Gemara juntamente com a Mishna formam o Talmud, cujas redacções definitiva terminou no fim do século V. A Halakka é a interpretação legalista ou ritualista dos textos bíblicos. A Haggada é a interpretação espiritual ou edificante dos textos bíblicos. Assemelha-se a uma colectânea de homilias, onde os textos bíblicos são interpretados em função do progresso espiritual ou moral dos fiéis[20].

3.4. Cristão e judaísmo

No pano de fundo, as três grandes religiões no mundo vêm de uma só raiz. São as gerações de Abraão: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. As três religiões são monoteístas, porque, adoram o único Deus. Por isso, todos os crentes destas três religiões fazem referência a Abraão; Pai dos crentes “Pater omnium credentium” (cf. Rom.4:11)
O documento Nostra Aetate reconhece a fé nos tempos primórdios que está enraizado no profeta de Abraão. A Igreja de Cristo reconhece que os seus primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas. Professa que todos os cristão, filhos de Abraão segundo a fé. O concilio recorda ainda a igreja que os apóstolos, fundamentos e colunas da igreja, nasceram do povo judaico, bem como muitos daqueles primeiros discípulos que anunciaram ao mundo o evangelho de Cristo. Sendo tão grande o património espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este sagrado concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos[21]. Por essa razão, João Paulo II afirmava: «nós os cristãos reconhecemos que a herança religiosa judaica é intrínseca à nossa fé: “Sois os nossos irmãos maiores” [22]». Assim, falou sobre a reconciliação entre cristão e judeu: «Fazemos votos por que o povo judaico reconheça que a Igreja condena totalmente o anti-semitismo e todas as formas de racismo, porque se opõem de maneira radical aos princípios da cristandade. Devemos trabalhar juntos para construir um futuro em que não haja mais anti-judaísmo entre os cristãos, nem sentimentos anticristãos entre os judeus[23]».

4.      Liberdade religiosa

O diálogo inter-religioso implica também a pluralidade religiosa. Bento VXI dizia: «o diálogo não seria fecundo, se não incluísse também um verdadeiro respeito por toda a pessoa para que possa aderir livremente à sua própria religião[24]». Assim, o sumo pontífice alerta aos países que vivem sem a liberdade religiosa: «é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos»[25]. O tema central da mensagem é “liberdade religiosa, caminho para a paz”, no entanto, o Papa exortou aos homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente[26], seja em privado ou lugares públicos. Com efeito, toda a pessoa deve exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos[27].

Ainda há neste tempos às perseguições e descriminações, atos de crimes e violências, terrorismos, e intolerância em nome da religião contra os membros das minorias religiosas. De facto, «o fanatismo, o fundamentalismo, as práticas contrárias à dignidade humana não se podem jamais justificar, e menos ainda o podem ser se realizadas em nome da religião. (…) a liberdade religiosa é condição para a busca da verdade e que a verdade não se impõe pela violência mas pela força da própria verdade[28]». A condição para o diálogo é em primeiro lugar o reconhecimento da dignidade da pessoa. É impossível dialogar se não reconhecer a dignidade do outro.


CAPITULO II:
DIALOGO INTER-RELIGIOSO PÓS CONCÍLIO VATICANO II

1.      Diálogo Inter-religioso à luz dos documentos conciliares

O tema do diálogo inter-religioso foi posto gradualmente nos debates do Concílio Ecuménico Vaticano II. Paulo VI na primeira encíclica Ecclesiam Suam de 1964 dizendo que a igreja deve dialogar com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, mensagem, colóquio[29]. Este pensamento teológico de Paulo VI, traçou as linhas mestras do diálogo.
A Igreja Católica afirmou a sua estima e reconhecimento pelos valores que existem noutras religiões, nomeadamente o islamismo, judaísmo, budismo e hinduísmo: «a Igreja olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia, reflectem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens»[30]. Diz Gaudium et Spes: «E o que fica dito vale não só para os cristãos, mas para todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente»[31]. Este documento revela a salvação de Deus por Jesus Cristo sem distinguir a crença religiosa. Concluiu com uma invocação dirigida a todos os crentes e não crentes o desejo de tal diálogo, guiado apenas pelo amor pela verdade e com a necessária prudência, não exclui ninguém; nem aqueles que cultivam os altos valores de espírito humano, sem ainda conhecerem o seu outro; nem aqueles que se opõem à Igreja, e de várias maneiras a perseguem»[32]. Dignitatis Humanae reflecte igualmente a verdadeira dimensão universal e fraterna da vida humana. Exorta a todos os crentes que com prudência e caridade, pelo diálogo e colaboração com os sequazes doutras religiões, dando testemunho da vida e fé cristã, reconheçam, conservam e promovam os bens espirituais e morais e os valores sócio-culturais que entre eles se encontram[33]. Assim, Lumen Gentium, que explicitamente menciona a relação de judeus, muçulmanos e outros crentes, para afirmar que ninguém se excluiu da salvação de Deus: «o desígnio da salvação estende-se também àqueles que reconhecem o Criador, entre os quais vêm em primeiro lugar os muçulmanos, que professam seguir a fé de Abraão, e connosco adoram o Deus único e misericordioso, que há-de julgar os homens no último dia»[34].

2.      Os documentos magistério da Igreja

Paulo VI afirmava: «a Igreja respeita e estima, porque elas são a expressão viva da alma de vastos grupos humanos. (…) Elas possuem um património impressionante de textos profundamente religiosos; ensinaram gerações de pessoas a orar; e, ainda, acham-se permeadas de inumeráveis “sementes da Palavra” e podem constituir uma autêntica "preparação evangélica"[35]». Em 1984, João Paulo declarou: «o diálogo inter-religioso é fundamental para a igreja, chamada a colaborar no plano de Deus com os seus métodos de presença, de respeito e de amor para com todos os homens[36]». O Redemptorio Missio de João Paulo II salienta que o diálogo inter-religioso faz parte da missão evangelizadora da Igreja. (…) Como método e meio para um conhecimento e enriquecimento recíproco[37]. Na Encíclica Redemptor Hominis, de um modo implícita fala sobre a necessidade de diálogo «de um modo diverso e com as devidas diferenças (…) a aproximação com os representantes das religiões não-cristãos e que se exprime também ela através do diálogo, dos contactos, da oração em comum e da busca dos tesouros da espiritualidade humana, os quais, como bem sabemos, não faltam também aos membros destas religiões[38]».

3.      Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso: “Diálogo e anúncio”[39]

Ao comemorar o vigésimo quinto aniversário da proclamação de Declaração Nostra Aetate, o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e Congregação para a Evangelização dos povos, publicou o documento “Diálogo e Anúncio”, no dia 19 de Maio de 1991.
O documento “diálogo e anúncio”, traçou as linhas mestras do diálogo. No número 9 diz: «o diálogo significa o conjunto das relações inter-religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades de outros credos para um conhecimento mútuo e um recíproco enriquecimento"». O diálogo implica «uma justa avaliação das outras tradições religiosas supõem normalmente um estreito contacto com elas. Isto implica, além de conhecimentos teóricos, uma experiência prática do diálogo inter-religioso com os seguidores destas tradições». Sublinha o número 17: «o Concílio reconheceu abertamente a presença de valores positivos não só na vida religiosa de cada crente das outras tradições religiosas, mas também nas mesmas tradições religiosas a que eles pertencem». O documento define que através da prática daquilo que é bom nas suas próprias tradições religiosas, e seguindo os ditames da sua consciência, que os membros das outras religiões respondem afirmativamente ao convite de Deus e recebem a salvação em Jesus Cristo, mesmo se não o reconhecem como o seu Salvador. Por isso, o documento exorta no número 41: «O diálogo sincero supõe, por um lado, aceitar reciprocamente a existência das diferenças, ou também das contradições, e, pelo outro respeitar a livre decisão que as pessoas tomam em conformidade com a própria consciência».

CAPITULO III
O “ESPÍRITO DE ASSIS”

1.      Espírito de Assis, o que é?

Foi com audácia e espírito profético que João Paulo II reuniu todos os líderes religiosos em Assis. O próprio protagonista declarou este encontro memorável com a designação “o Espírito de Assis”. João Paulo II anunciou este encontro no dia 25 de Janeiro de 1986, na Basílica de S. Paulo fora dos Muros (Roma), no mesmo sítio e coincide com o dia em que, o Papa João XXII, em 1959, anunciou ao mundo o desejo de realizar o magnífico evento; “Concílio Ecuménico Vaticano II”. Afirmava João Paulo II: «A Santa Sé deseja contribuir para suscitar um movimento mundial de oração pela paz, que, ultrapassando os confins de cada uma das Nações e envolvendo os crentes de todas as Religiões, chegue a abraçar o mundo inteiro, (…) Nesta ocasião solene, desejo anunciar que estou a encaminhar oportunas consultas com os Responsáveis não só de várias Religiões do mundo, para promover com ele um especial encontro de oração pela paz, na cidade de Assis, lugar que a seráfica figura de São Francisco transformou num centro de fraternidade universal[40]». Este é o desejo incansável de João Paulo II para manter a paz no mundo e a paz entre as religiões.

No dia 27 de Outubro de 1986, as lideranças das várias Confissões Religiosas reuniram em Assis, para rezar pela paz. A jornada começou na Basílica de Santa Maria dos Anjos. Os representantes de varias religiões como Cristão, Bahai, Budista, Judeus, Janiista, Muçulmanos, Religião Ameríndia, religiões tradicionais africanas, Xintoistas, Sihk, Zoroastrianos, e Hinduísta. No seu discurso do enceramento João Paulo II dizia: «Pela primeira vez na história, reunimo-nos de todos os lugares, Igrejas Cristãs, Comunidades Eclesiais e Religiões do Mundo, neste local sagrado dedicado a São Francisco, para testemunhar perante o mundo, cada um segundo sua própria convicção, a qualidade transcendente da paz»[41]. Dia 27 de Outubro de 1986: data histórica e marcada para sempre na memória e no coração da humanidade para sempre. É também, porque simultaneamente o mundo vivia o Ano Internacional da Paz, proclamada pela Nações Unidas.

2.      Porque a ti, Assis?

Todos se questionam porque é que Igreja escolheu Assis como um lugar importante para reunir todos os Representantes de várias religiões do mundo? Esta é a razão fundamental de João Paulo II: «Escolhi esta cidade de Assis para a nossa Jornada de Oração pela Paz, por causa do particular significado do Santo aqui venerado – São Francisco conhecido e venerado no mundo inteiro como um símbolo da paz, de reconciliação e de fraternidade[42]».
Pouco antes de morrer, Francisco pediu aos seus frades que o pusesse em terra, voltado para Assis, e proferiu estas palavras de bênção: «Bendita por Deus sejas tu, cidade santa, porque por ti se salvarão muitas almas e em ti habitarão muitos servos de Deus e muitos dos teus filhos serão escolhidos para o reino da vida eterna[43]». Ainda hoje esta bênção está a palpitar a cidade de Assis e o pobrezinho de Assis exerce sobre muitas almas a atracção de uma experiência original e transformante através da sua cidade natal.

3.      As figuras exemplares do diálogo

Na cultura de diálogo queria evocar duas figuras ilustres, que fascinam toda a humanidade e marcaram a história da humanidade com o próprio exemplo de vida.

3.1. São Francisco de Assis

Na verdade, e apesar de tudo, S. Francisco é uma das figuras mais fascinantes da história da humanidade. Votação recente, via internet, deu-lhe o primeiro lugar como figura do milénio, com 47% de votos. Ele é a utopia realizada do modelo de pessoa humana que todos sonhamos ser. Ainda nos dias de hoje, muitas pessoas que têm imensa simpatia e uma atracção geral e irresistível pelo Pobrezinho de Assis. Porquê? A este fenómeno André Frossard qualifica simplesmente como “o milagre de São Francisco de Assis[44]. O mais característico de Frossard consiste em nos fazer ver que Francisco é uma pessoa fora de série, impossível de se definir em poucas palavras ou resumir numa fórmula rápida.
Na cultura de diálogo inter-religioso, a figura de Francisco fascinou o mundo religioso. Os agnósticos têm uma imensa admiração para com o Santo. É célebre a frase do agnóstico Ernest Renan: «pode-se dizer que depois de Jesus o único cristão autêntico foi Francisco de Assis»[45].   No entanto, sobre o pobrezinho de Assis, o que mais importa conhecer, admirar e estimar é o reconhecer que é também universalmente admirado e estimado, quer no ambiente eclesial quer noutros universos religiosos.

3.2.  Encontro entre Francisco de Assis e o Sultão

            A vida franciscana tem um carácter decididamente evangelizador, expresso no capítulo 16 da Regra não bulada. Este magnífico capítulo constitui a “carta magna” da evangelização franciscana, diz a regra: se qualquer dos irmãos, por inspiração divina, quiser ir para entre os moiros e outros infiéis (muçulmanos) (…) não abrirem debates nem discussões, mas mostrarem-se submissos a toda a criatura humana por amor de Deus e confessarem que são cristãos[46]. Na história da Igreja Francisco foi o primeiro fundador que dedicou um capítulo da sua Regra à evangelização do Islão. É o fruto da experiencia que teve no meio dos sarraceno, e grande encontro com o Sultão Malek el Kamel em Damieta no Egipto, em 1219. Enquanto, a própria igreja comanda a cruzada para combater e expulsar os sarracenos pela força da Terra Santa.
Contudo, o diálogo consiste em atravessar as fronteiras em nome de Cristo como fez o Francisco de Assis, quando foi ao encontro do sultão. E, foi o único heróico atrevimento de transpor as linhas de batalha, para ir dialogar pacificamente sem derramamento se sangue, onde Sultão o acolhe fraternalmente.

3.3. João Paulo II

      João Paulo II é um homem do diálogo, sobretudo o diálogo ecuménico e inter-religioso. Assis é, por ventura, o ícone mais significativo do seu pontificado: «O famoso encontro com as diversas religiões foi uma luz que de projectou em todo o seu pontificado. Neste diálogo, João Paulo II ultrapassou barreiras de séculos que pareciam intransponíveis e abriu caminhos totalmente inovadores»[47]. Com o seu olhar de fé que lançou sobre agenda das relações internacionais foi outra das grandes intuições de Papa. Sonhou sempre com a paz e com a vivência pacífica entre os povos. A liberdade, a paz e o diálogo constituíram os eixos deste olhar de fé. Soube percorrer os caminhos das guerras anónimas e fratricidas, e animar os esforços de comunidades católicas, como Santo Egídio, e igrejas locais, como a de Timor, no restabelecimento da paz[48].

Conclusão

Como vimos, o compromisso do diálogo é algo irreversível para a Igreja Católica, particularmente desde o Concílio Vaticano II. Mas, o diálogo em alguns casos não se limitem apenas a questão religiosa, porque, o diálogo aborda todos os problemas humanos como a paz, justiça, liberdade, direito da pessoa, ecologia, etc. Por isso, o diálogo entre as religiões não pode limitar-se aos líderes, aos estudiosos e especialistas. Deve tornar-se um diálogo de povo, um diálogo de vida, que se revela cada vez mais indispensável para a convivência pacífica nas nossas cidades e países.

Por tanto, o diálogo é um meio para tecer os laços de amizade entre as religiões. Sem o diálogo não há abertura de recolhimento e respeito mútuo entre os crentes e não crentes. Contudo, o diálogo leva-nos a descobrir no outro o valor insubstituível que está enraizado no nosso ser e quebra o muro da inimizade, a barreira do conflito e desconfiança para tornar-nos homens e mulheres livres com a capacidade de se reconhecer e acolher mutuamente num clima familiar.
      Em suma, o diálogo não é uma busca da unidade, mas confronto, ajuda recíproca para ser crente, cada qual na própria religião; o diálogo é caminho que nos conduz para Absoluto que nos transcende. No entanto, é importante o reconhecimento recíproco, o respeito pelos valores do outro, seja reconhecida a dignidade e a liberdade de consciência de cada ser humano. 


Bibliografia:

Documentos Eclesiais:

1.      CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II, Documentos Conciliares e Pontifícios, Editorial A. O. Braga, 11ª edição, Braga 1992
2.      ACTA APOSTÓLICA SEDIS; está disponível no site: http://www.vatican.va/archive/aas/index_po.htm, Data de busca, 18 de Novembro 2011.
3.      PAULO VI, Encíclica Eclessiam Suam, 6 de Agosto 1964. Está disponível no site: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_06081964_ecclesiam_po.html, data de busca, 18 de Novembro 2011
4.      PAULO VI, Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, 8 de Dezembro de 1975. Está disponível no site: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/index_po.htm, data de busca, 18 de Novembro 2011
5.      JOÃO PAULO II, Encíclica sobre a Validade permanente do Mandato Missionário Redemptoris Missio, 7 de Dezembro 1990. Está disponível no site: http://www.vatican.va/edocs/POR0071/_INDEX.HTM, data de busca, 18 de Novembro 2011
6.      JOÃO PAULO II, Encíclica Redemptor hominis, 4 de Março 1979. Está disponível no site: http://www.vatican.va/edocs/POR0061/_INDEX.HTM, data de busca, 18 de Novembro 2011
7.      JOÃO PAULO II, Mensagem para o Dia Missionário Mundial 2002. Está disponível no site: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/missions/documents/hf_jp-ii_mes_20020519_world-day-for-missions-2002_po.html, data de busca, 18 de Novembro 2011
8.      SECRETARIADO PONTIFICIO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGISO, Diálogo e Anuncio, publicou no dia 19 de Maio de 1991. Está disponível no site: http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/interelg/documents/rc_pc_interelg_doc_19051991_dialogue-and-proclamatio_po.html, data de busca, 18 de Novembro 2011

Livros:
1.      BENTO XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 30 de Setembro 2010, Paulus editora 2010.
2.  MAESTRO, Juan Pablo García, El futuro del Diálogo Interreligioso, acción cultural Cristiana, Salamanca, 2005
3.      BASSET, Jean-Claude, El diálogo interreligioso, Desclée De Brouwer, S. A., 1999
4.  VARILLON François, Um cristão face às grandes religiões, editorial A. O. Braga colecção “fronteira”, 1996
Revistas:
1.      L’ osservatore Romano
2.      Vida Consagrada, nº. 294 – Ano 26 – Outubro 2006
3.      Vida Consagrada, nº. 279 – Ano 25 – Maio 2005
Franciscanos:
1. ACTA ORDINIS FRATRUM MINORUM, An. CV- Septembris – Decembris 1986 – FASC. III
2. S. FRANCISCO DE ASSIS fontes franciscanas, Ed. Franciscana Braga – 1982
3. GUITTO Gerárd, Descobrir S. Francisco, Ed. Franciscana Braga


   (NB: Trabalho desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular de Seminário Metodologia sob orientação do docente: Dr. Luís Miguel Figueiredoda Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional de Braga)




[1] BASSET Jean-Claude, «El diálogo interrelegioso»; Desclée de Brouwer S. A, Bilbao 1999, p. 68
[2] Ibidem
[3] SCHALUCK Herman, «Missão e diálogo», in Vida consagrada, no. 294, Ano XXVI – Outubro 2006, p. 324-335
[4]CERETTI Giovanni, «Christos Enciclopédia do cristianismo», Editorial Verbo Lisboa – São Paulo, 2004, pag. 269-272
[5] JOÃO PAULO II, «Mensagem para o Dia Missionário Mundial 2002». Seguindo a edição portuguesa, está disponível no site: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/missions/documents/hf_jp-ii_mes_20020519_world-day-for-missions-2002_po.html, data de busca, 18 de Novembro de 2011
[6] SECRETARIADO PONTIFICIO PARA OS NÃO CRISTÃO, «a atitude da Igreja perante os seguidores de outras religiões (Reflexões e orientações sobre diálogo e missão)»,   AAS 76, 1984, p. 816-828
 [7] ANTUNES Manuel, «Christos Enciclopédia do cristianismo», Editorial Verbo Lisboa – São Paulo, 2004, pag. 269-272
[8] Ibidem
[9] Ibidem
[10] PONTIFÍCIO CONSELHO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO CONGRECAÇÃO PARA EVANGELIZAÇAÕ DOS POVOS, «Diálogo e Anuncio, 19 de Maio de 1991», n. 42. Seguindo a edição portuguesa, está disponível no site: http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/interelg/documents/rc_pc_interelg_doc_19051991_dialogue-and-proclamatio_po.html, data de busca 18 de Novembro 2011.
[11] BENEDICTUS XVI; «ADHORTATIO APOSTOLICA POSTSYNODALIS Verbum Domini» no. 118. AAS 103 (2010), pag. 782 – 783. Seguindo edição portuguesa: A Palavra de Deus, Paulus Editorial, 2010, No. 117
[12] BENTO XVI, «Discurso aos chefes das grandes religiões vindos para o Dia de oração pela paz em Assis», na Basílica de Santa Maria dos Anjos, 27 de Outubro de 2011, L’osservatore Romano, ed. Port. No. 8-9, 30 de Outubro de 2011
[13] BENEDICTUS XVI; «ADHORTATIO APOSTOLICA POSTSYNODALIS Verbum Domini» no. 118. AAS 103 (2010), pag. 782 – 783. Seguindo edição portuguesa: A Palavra de Deus, Paulus Editorial, Lisboa 2010
[14] THIOLLIER Marguerite-Marie, «Dicionário das Religiões», Editorial Perpétuo Socorro, Porto, p. 185
[15] MAESTRO, Juan Pablo Garcia, «El futuro del diálogo interreligioso», Acción Cultural Cristiana, Salamanca 2005, p. 132-133
[16]CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «DECLARATIO DE ECCLESIAE HABITUDINE AD RELIGIONES NON – CHRISTIANA Nostra Aetate», N. 3. AAS 58 (1966), p. 140-141, seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[17] Ibidem, N. 2
[18] JOÃO PAULO II, «Declaração no encontro com os jovens muçulmanos em Casablanca», Marrocos, 19 de Agostos de 1985: AAS 78 (1986), pag. 99
[19] BENTO XVI, «Discurso do Papa aos delegados das outras igrejas, comunidades eclesiais, tradições religiosas», 25 de Abrir de 2005; L’osservatore Romano, ed. Port. 30 de Abril de 2005, pag.12
[20] VARILLON François, «um cristão face às grandes religiões», Editorial A. O. Braga, Augusto de 1996, pag. 88
[21] CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «DECLARATIO DE ECCLESIAE HABITUDINE AD RELIGIONES NON – CHRISTIANA Nostra Aetate», N. 4. AAS 58 (1966), p. 140-141, seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[22] JOÃO PAULO II, «Discurso na Sinagoga de Roma»  13 de Abril de 1986.  L'Osservatore, ed. Port, de 20 de Abril de 1986, n. 4
[23] JOÃO PAULO II, «Saudação do Santo Padre João Paulo II aos dois Grão- Rabinos de Israel e ao presidente do estado de Israel», no Hochel Shlomo, 23 de Março de 2000: L’Osservatore, ed. Port., 1 de Abril 2000, pag. 4
[24] BENEDICTUS XVI; «ADHORTATIO APOSTOLICA POSTSYNODALIS Verbum Domini» no. 120. AAS 103 (2010), pag. 782 – 783. Seguindo edição portuguesa: A PALAVRA DE DEUS, Paulus Editorial, Lisboa 2010
[25]BENEDICTUS XVI, «Dum Dies XLIV Internationalis commemoratur pro Pace promovenda: «Libertas religiosa, iter ad pacem». AAS 103 (2011), pag. 46-58
[26] Ibidem
[27] Ibidem
[28]Ibidem
[29] PAULUS VI, «LITTERAE ENCYCLICAE Ecclesiam Suam», no. 38. AAS 56 (1964), pag. 638- 639
[30] CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «Declaratio de Ecclesiae Habitudine ad Religiones non – Christiana Nostra Aetate», N. 2. AAS 58 (1966), p. 140-141, seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[31] CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «Contitutio Pastoralis de Ecclesia in Mundo Huius Temporis Gaudium et Spes», n. 22. AAS 58 (1966), p. 1042- 1043. Seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[32] Ibidem, n. 92
[33]CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «Declaratio de Libertate Religiosa
 Dignitatis Humanae», n. 14. AAS 58 (1966), pg. 940. Seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[34]CONCILIUM OECUMENICUM VATICANUM II, «Constitutio Dogmatica de Ecclesia Lumen Gentium», n. 16. AAS 57 (1965), pg.20. Seguindo a edição portuguesa: Concílio Ecuménico Vaticano II», editorial – A.O. Braga, 11ª edição, 1 de Novembro 1992
[35] PAULUS VI, «Adhortatio Apostolica Evangelii Nuntiandi», n.53. AAS 68 (1976), pag. 41-42. Seguindo a edição portuguesa, está disponível no site: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_pvi_exh_19751208_evangelii-nuntiandi_po.html, data de busca 18 de Novembro 2011.
[36] SECRETARIADO PONTIFICIO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGISO, «Diálogo e Anuncio», publicou no dia 19 de Maio de 1991, no. 39
[37] IOANNES PAULUS II, «Litterae Encyclicae Redemptorio Missio», n. 55. AAS 83 (1991), pag.302-304
[38] IOANNES PAULUS II, «Litterae Encyclicae Redemptor Hominis», n. 6. AAS 71 (1979), pag. 265-268
[39] SECRETARIADO PONTIFICIO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO, «Diálogo e Anuncio», publicou no dia 19 de Maio de 1991
[40] Ibidem, p.3
[41] JOÃO PAULO II, «Discurso no encerramento na Jornada Mundial de Oração pela Paz», na Basílica de São Francisco, 27 de Outubro de1986: Acta Ordinis Fratrum Minorum, Setembro-Desembro de 1986, pag. 180 -183 e L’osservatore Romano, ed. Port., 2 de Novembro de 1986, p.1. 
[42] JOÃO PAULO II, «saudação aos Representantes reunidos em Assis para a Jornada Mundial de Oração pela Paz», na Basílica de Nossa Senhora dos Anjos, Porcíuncula, 27 de Outubro de1986. Acta Ordinis Fratrum Minorum, Setembro-Desembro de 1986, pag. 177 -178 E L’osservatore Romano, ed. Port., 2 de Novembro de 1986, p.1.
[43] FRANCISCO DE ASSIS, «Espelho de perfeição (Cap. CXXIV)» in S. Francisco de Assis, escritos-biografias-documentos, Editorial Franciscana, Braga 1982, p. 1017
[44] FROSSARD André, apud Gerard GUITTON «Descobrir S. Francisco», Editorial Franciscana, p. 9
[45] RENAN Ernest, apud Gerard GUITTON «Descobrir S. Francisco», Editorial Franciscana, p. 12
[46]S. FRANCISCO DE ASSIS, «Regra não bulada», n. 16, in Escritos são Francisco e Santa Clara de Assis, ed. Franciscana Braga – 2001, p. 158-159
[47] A.T.N, «João Paulo II o Papa dos novos tempos», in Vida Consagrada, no 279, ano XXV- Maio 2005
[48] Ibidem

 
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